
O custo de deixar seu país de origem (e motivos para encará-lo)
Dos grandes desafios que podemos enfrentar durante a vida, mudar de país é um dos mais exigentes, sem dúvidas. Seja por conta de oportunidades profissionais, a busca por melhor qualidade de vida ou realizar um sonho de muito tempo, os benefícios não deixam de ser acompanhados por uma série de particularidades que têm seu custo (financeiro e emocional). Aqui vão maneiras de saber identificá-los, como agir de acordo, e como a terapia pode ser essencial, principalmente com um profissional que enfrentou todas essas situações.

Existem as barreiras burocráticas: vínculos familiares e contatos profissionais podem facilitar a série de medidas legais para obtenção de documentos e garantias legais exigidas durante o processo (documentos, cidadania, declarações), aliados a funcionários dispostos a ajudar. Garantir que todas as providências sejam tomadas sem dúvida causará algum nível de estresse (a gente espera que seja o menor possível). A principal barreira, no entanto, é a linguística: ainda que o destino tenha uma parcela significativa de pessoas que falem inglês, ou que o seu domínio do seu idioma esteja onde você gostaria, não poder usar o seu idioma nativo vai ter, além de dores de cabeça e possíveis mal-entendidos, um efeito no seu relacionamento com as pessoas.
Talvez seja difícil se fazer entender, poder conversar livremente e desenvolver relações com pessoas que não falam a sua língua, bem literalmente. Isso não está restrito a querer dizer ‘’sinto como se houvesse um vazio em mim’’ e não encontrar as palavras, mas também sentir falta de poder cumprimentar as pessoas com um beijo no rosto ou não querer ter que explicar o motivo de vira-latas caramelo serem tão importantes, ou outros detalhes que a naturalidade brasileira implica.

Também é possível pensar nessa barreira como cultural, já que idioma e cultura são intimamente ligados: falamos das coisas de acordo como as entendemos, e entendemos as coisas porque falamos e ouvimos falar delas. O exemplo batido da palavra ‘’saudade’’ ser difícil de traduzir faz sentido: se um falante de inglês diz que ‘’miss’’ alguém (não encontra, não acha o alvo do que gostaria fazer e com quem gostaria de estar), nós falamos
sobre sentir um aperto, mas que pode ser afetuoso.
Uma comunidade de esquimós naturalmente tem mais palavras para diferenciar tons de branco, e consequentemente consegue enxergar uma quantidade muito maior de cores diferentes, a seu ver, do que comunidades que não são localizadas onde há neve. E não é apenas poético poder ver uma gama maior de cores para apreciá-las, mas uma habilidade fundamental de sobrevivência para não ser enterrado vivo, a depender da resistência da neve.
Se existe algo que nossa história evoluindo como espécie nos ensinou e que a língua nos ajudou a desenvolver, foi que estar com outras pessoas é parte de ser humano. Diferenças culturais e de idioma podem tornar difícil se relacionar e se conectar com outras pessoas, do maior dos extrovertidos até o introvertido mais determinado. Isso pode levar a sentimentos de solidão, isolamento social (tão dolorido pós-pandemia) e dificuldades em conseguir se aculturar e mesmo com o passar do tempo se sentir em casa. Estar com a saúde mental em dia num momento de possível vulnerabilidade é muito importante para as outras esferas da vida se desenvolverem em paz, e a terapia pode ser uma forma de encontrar conexão e compreensão, para confrontar os desafios independentemente de onde você estiver.
Nem tudo são problemas, no entanto! Um serviço de acompanhamento comportamental como a terapia pode representar uma conexão estável e constante, que se manterá mesmo que você viaje milhares de quilômetros. De qualquer lugar, ajustado a diferentes fusos horários a depender da necessidade, poder conversar sobre e pensar alternativas com um profissional que entende a situação (inclusive por já ter passado por ela) é uma forma de direcionar o processo para a direção que você quer seguir.
Eu te ajudo a equilibrar a bússola! (:





